Encontro 27.7.18
Eurínome, Eclipse e Ciclos Lunares.
Conduzido por Gabi.
Abertura do círculo:
Dança em círculo com energização intuitiva.
Partilhas:
Cada integrante falou sobre sua deusa e como está se conectando com ela e refletindo seus comportamentos e sua vida.
Deusa trabalhada:
Ainda na energia de Eurínome, deusa do êxtase, do encontro passado, as integrantes intuíram uma energização celebrando todas as coisas boas que temos em nossas vidas e atraindo tudo que desejamos de abundância, amor e prosperidade para proporcionarmos a nós mesmos um êxtase profundamente verdadeiro, nos entregando a felicidade e ao prazer de viver. A gratidão é um caminho muito poderoso para experimentarmos o êxtase da vida.
Vivência:
Meditação sobre o forte eclipse que tivemos neste dia. Invocamos a energia poderosa da Lua e refletimos sobre os ciclos lunares e sua relação com os ciclos da mulher.
A Lua é o símbolo predileto da espiritualidade feminina, por ser cíclica em suas mudanças, assim como a mulher, e por influenciar todos os líquidos da terra contribuindo com o nascimento e morte das coisas. Assim, o ciclo lunar possui uma mitologia característica na nossa cultura, a repetição do ciclo universal de nascimento, crescimento e morte. É considerada a manifestação da Grande Mãe no Céu Noturno, ou A Avó Lua. Por isso, em muitas tradições nativas, a Lua é considerada a líder da vida feminina. A Avó Lua tem uma energia ritualística diferente da Mãe Terra. A Lua trabalha o aspecto mais intuitivo do ser. Forte suficiente para seduzir as forças ativas e conceber uma nova vida a partir de uma velha experiência. Desde o início da humanidade há um elo entre a Lua, a fertilidade, os nascimentos e os ciclos menstruais das mulheres. Devido a esta ligação as mulheres foram sacerdotisas, curandeiras, profetisas, parteiras e consultoras sobre quais datas eram propícias para o plantio, a colheita e as tomadas de decisões. A Lua também é a rainha do tempo, a maneira mais fácil de marcar a passagem do tempo foi observando suas mudanças. Por isso os homens viviam em sintonia com a natureza e seus ciclos. Trabalhar a energia da lua para autoconhecimento é muito bom quando você quiser observar aspectos menos conhecidos do seu próprio ser. Coisas que podem estar escondidas até mesmo de você. Traz profunda sabedoria a compreensão de nós mesmos e fortalece intuitivamente.
Diariamente o sol ilumina a lua de um ângulo diferente, portanto sua forma muda constantemente. Um ciclo completo leva 28,5 dias e chama-se lunação. A Lua tem infinitas fases, mas quatro recebem denominações especiais e mais conhecidas: nova, crescente, cheia e minguante. A Lua é utilizada como autoconhecimento e energia para rituais da espiritualidade feminina. Quando entramos em conexão com os poderes da lua podemos aprender mais sobre as nossas emoções, nossa sexualidade e as partes da nossa natureza que são estranhas para nós. A Luz da Avó Lua nos permite ver a sombra do nosso ser. Coisas que estão enterradas e tememos olhar, para curar.
O ciclo da lua em torno da terra tem relação até com o ciclo menstrual da mulher (Lua Interna ou Lua de Poder). Tanto que em várias línguas as palavras menstruação e lua são as mesmas. Alguns camponeses alemães até hoje chamam o período menstrual de A Lua. E na França é chamado de Le moment de La Luna.
Devido a tantas características e energia feminina, muitos ritos de conexão com a Lua são feitos baseados em deusas mitológicas femininas. A Lua nova, por exemplo, esta associada à morte no sentido de morrerem coisas antigas para nascerem coisas novas, a gestação (o novo) e a magia (sabedoria feminina). E é representada geralmente pela deusa Hécate por tratar-se de uma deusa tríplice, sábia, transformadora, com a chama da vida e da tomada de decisão para novos caminhos. Na lua nova é tempo de deixar o passado e abraçar novos planos, sonhos e projetos. Tempo de morte e recomeço. Se abrir para o novo sem pré conceitos. Plantar a semente. Outras deusas da Lua Nova: Afrodite, Minerva…
A Lua crescente representa uma mulher receptiva, pronta para receber e conhecer as coisas. Ativa, curiosa, vital. Geralmente é representada pelas deusas Perséfone e Artemis, devido à intuição, a busca, a curiosidade pelas coisas, o não pertencer a ninguém, ao ouvir os instintos da alma selvagem e ser livre. Momento de crescimento e aprendizado a partir da experiência. Expansão. A semente começa a germinar e crescer. Outras deusas da Lua Crescente: Afrodite, Anuket, Artemis, Inanna…
A Lua cheia está plena, repleta de amor, poder e nutrição para todas as vidas. É o apogeu do seu ciclo então possuí grande energia e influência sobre a Terra. Está relacionada à gestação e nutrição de tudo que queremos para nossa vida. Logo, é representada por deusas arquetípicas de mãe, mulher, amor nutridor, emoções, como Deméter, Iemanjá, Isis, entre outras. Pois elas representam a fertilidade. A semente gerou vida, o fruto está pronto para ser colhido. Merece celebração e é tempo de focar nossa energia ao que realmente alimenta nossa alma. Ela traz clareza para vermos o que precisamos tirar e manter no nosso caminho. A energia da lua cheia traz força aos nossos sonhos e intuição. Outras deusas da Lua Cheia: Febe, Gsitinanna, Medusa, Morgana…
A Lua minguante tem a energia da introspecção e reflexão para revermos os frutos que não nos servem mais. Deixar ir o que não está mais de acordo com o nosso equilíbrio, nossos propósitos e nossos sonhos. Hora de limpar o que está nos sujando mental, espiritual e fisicamente para podermos trazer tudo que desejamos ter, com espaço para o novo fluir. Remova tudo que está doente dentro de você. Transmute tudo que está negativo dentro de você. Se abençoe. Deixe o amor e a luz entrar em você. As deusas relacionadas a esta Lua são Hécate, Perséfone, entre outras.
Quando a gente sente uma falta de quê, uma saudade sem explicação, um vazio, e se sente perdido, sem entusiasmo, acredito ser um chamado da alma para a Lua. Seus raios prateados iluminam nosso inconsciente, trazendo ele a tona e nos chamando para um despertar de conexão profunda com nós mesmos. Suzi.
Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta (Jung)