Existiu um tempo em que a mulher e todos os seus atributos, seus ciclos, sua força, seu poder criativo, seus conhecimentos e suas habilidades eram venerados, sagrados e respeitados por todos os seres. Os homens celebravam o poder da mulher de gerar, alimentar e cuidar, como o poder primordial na terra, relacionando ao plantio, a colheita e a sobrevivência de todos os seres. As celebrações da vida estavam diretamente ligadas à energia poderosa feminina na terra. Nossas ancestrais mulheres possuíam conhecimentos profundos sobre a terra, a família, as ervas e as medicinas naturais, através de sua intuição e experiência. Antigamente as mulheres honravam seus ciclos, comemoravam sua primeira menstruação, a entrada da menopausa e as colheitas da natureza. O sagrado feminino é acordar esses conhecimentos que moram na memória do nosso inconsciente, reconhecer e despertar nossa consciência divina, e atingir um encontro de devoção, com nós mesmas, e com a vida. Quando começamos a curar nosso individual conseguimos levar isso para o coletivo, para outras mulheres, e compartilhar nosso sagrado interno com o sagrado da outra.
A natureza é um guia. Fazemos parte da natureza. Então nosso corpo é um guia. Nossos instintos são um guia. Assim, nós mesmas podemos juntas guiarmos umas as outras. Por isso, um grupo de mulheres pode fazer a diferença, porque nos lembramos do nosso poder feminino e do nosso lugar Sagrado no mundo. Lembrar dos nossos dons, da nossa natureza e honrá-los é nutrir a alma. Cada mulher que se conhece se cura. Cada mulher que ser cura estará levando isso para sua família, para a sociedade e para a natureza.
O que são as deusas?
Todas as civilizações utilizam mitos, contos e histórias sobre grandes mulheres como inspiração. Inspirados em pessoas reais, lendas, imaginação e na natureza, os povos pelo mundo todo foram construindo suas deusas, a partir de fortes características do universo feminino. Em alguns países as deusas são apenas símbolos artísticos, culturais e personagens da história. Em outros, são protetoras e divindades religiosas. Independente de crenças e religião, o especial destas divindades é que suas histórias representam grande poder feminino, e elas passam a ser um modelo para seu povo, por terem conquistado ou realizado algo através do seu jeito de ser. A proposta é que, refletindo sobre os aspectos poderosos destes símbolos femininos, façamos uma relação destas diversas formas de ser, agir e pensar com nossas vidas. Acolhendo esta diversidade podemos equilibrar nossos sentimentos, atitudes e poder amoroso. Como? A deusa que rege o relacionamento amoroso pode nos fazer pensar na nossa relação afetiva e resgatar o amor e o desejo. A deusa que rege a saúde pode nos fazer refletir sobre nossos cuidados pessoais. A deusa que rege o prazer pode nos lembrar de vivermos momentos agradáveis. Quanto mais deusas conhecermos, mais conheceremos a diversidade do espírito feminino.
Dia 9 de março faremos o nosso primeiro encontro da turma “deusas”. Será um circulo de mulheres para partilha, vivencias e danças relacionadas ao sagrado feminino. Para iniciar esta turma linda ficaremos um período estudando sobre algumas deusas mitológicas e praticando sobre elas para nos conectarmos com nós mesmas e despertarmos nossa deusa interior. Os encontros acontecerão quinzenalmente nas sextas feiras relacionadas abaixo, das 18h30 às 21h. A utilização das mitologias das deusas pode auxiliar as mulheres no processo de autoconhecimento porque os contos em torno das deusas foram criados a partir de atributos femininos, e da natureza, presentes em todas as mulheres. Por exemplo, com o mito da deusa Amaterasu, deusa do sol do Japão, que representa a beleza, podemos refletir sobre a possibilidade de estarmos presas a determinados padrões, e despertarmos para o brilho da nossa própria beleza interna ao invés de seguir padrões da sociedade…
Encontros 2018: 9 e 23 de março, 6 e 20 de abril, 4 e 18 de maio, 1 e 15 de junho, 13 e 27 de julho, 10 e 24 de agosto, 14 e 28 de setembro, 12 e 26 de outubro, 9 e 23 de novembro, 7 e 21 de dezembro.