01 IEMANJÁ
O amor que nutre, protege e sustenta
Nas profundezas misteriosas do mar, Iemanjá reina soberana, uma deusa que transcende culturas, épocas e geografias. Ela é venerada não apenas no panteão africano, de onde se origina, mas também em terras brasileiras, onde suas águas banham as praias e acolhem os corações de seus devotos. Em sua essência, Iemanjá é a expressão do amor incondicional, da compaixão e da empatia. Sua origem remonta às tradições Iorubá, onde é considerada a mãe de muitos orixás. Ela é a manifestação da maternidade, a força que nutre, protege e sustenta. Sua simbologia está ligada à vida, à fertilidade e à criação, refletindo o papel vital da água como fonte de vida e renovação. Ela é a Rainha do Mar, cujas águas são vistas como um refúgio sagrado, um espaço de purificação e renovação espiritual.
02 OXUM
A beleza da fertilidade que renova e cura
Oxum emerge das águas doces como a Deusa do amor, da beleza, da fertilidade e da riqueza, reverenciada nas religiões de matriz africana, especialmente no Candomblé e na Umbanda. Ela é a divindade dos rios e cachoeiras, portadora de uma energia que nutre, renova e cura. Em sua essência, Oxum simboliza a doçura e a força da água que tudo permeia, capaz de contornar obstáculos com suavidade e determinação. Nas tradições que a cultuam, Oxum é frequentemente associada ao ouro, tanto pela sua beleza e brilho quanto pela sua capacidade de atrair riquezas. Seus domínios abarcam a fertilidade e a maternidade, fazendo dela protetora das mulheres e das crianças. Oxum é também a guardiã do amor, envolvendo todos os tipos de relações afetivas com sua aura de compreensão, compaixão e carinho. Com sua presença acolhedora, ela convida a um mergulho nas profundezas do próprio ser, para ali encontrar a fonte inesgotável de amor, beleza e prosperidade. Ela ensina sobre a suavidade e a doçura como forças poderosas para a mudança e o crescimento pessoal. Oxum é uma presença constante e inspiradora, uma força suave que encoraja a celebração do divino feminino promovendo uma existência plena de amor e harmonia.
03 IANSÃ
A capacidade de enfrentar desafios com força e determinação
Iansã, a orixá dos ventos, tempestades e transformações, é uma figura de poder, coragem e paixão dentro do panteão dos orixás. Governante dos raios e tempestades, ela simboliza a mudança e a capacidade de enfrentar desafios com força e determinação. Sua energia é essencial para a renovação, limpando o velho para dar espaço ao novo, uma verdadeira mestra das transformações. Com seu nome derivado do Iorubá, Iansã é conhecida pela sua destreza como guerreira, não apenas em batalhas físicas, mas também nas batalhas da vida. Ela representa a importância da coragem para atravessar momentos de turbulência e tempestades, permanecendo firme até que o céu se abra para novas possibilidades e caminhos. Iansã é também a protetora dos mortos, guiando-os em sua jornada para o além, o que reflete sua habilidade em navegar pelas transições e mudanças da vida. Ela é uma força que não teme o desconhecido, abraçando a incerteza com confiança e poder. Iansã é uma inspiração para enfrentar desafios e abraçar a transformação como uma oportunidade de crescimento. Ela encoraja a liberação do passado e a abertura para o novo, mostrando o caminho para atravessar as tempestades da vida com a cabeça erguida.
04 OBÁ
A resistência feminina, o ciúme e o encorajamento à luta
Obá, a deusa guerreira de temperamento forte e desafiador, personifica a resistência feminina e o encorajamento à luta por direitos e respeito. Sua habilidade em amparar quem enfrenta problemas relacionais a destaca como uma figura de imenso poder e determinação dentro do panteão Iorubá. Portadora de bravura e força, ela é vital nas batalhas, reforçando o caráter multifacetado das divindades femininas, que englobam tanto a criação quanto a proteção. Obá ressoa com o chamado para reconhecer a importância do poder feminino, incentivando as mulheres a canalizar sua força interior para defender e nutrir seus sonhos e ideais. Ela serve como um lembrete poderoso da capacidade de cada mulher de ser uma protetora feroz e uma guerreira corajosa, não apenas em conflitos físicos, mas também nos desafios diários da vida. Obá inspira a enfrentar adversidades com coragem e a celebrar o vínculo feminino com amor e dedicação, mostrando o caminho para superar as tempestades da vida de cabeça erguida, pronta para as bênçãos da renovação.
05 NANÃ
O valor do silêncio e da paciência e o aconchego das dores
Nanã, a venerável anciã dos Orixás, é a guardiã da sabedoria e do conhecimento ancestral, a soberana das águas paradas, cujas profundezas ocultam os segredos mais antigos da existência. Ela é a mestra dos mistérios da vida e da morte, ensinando-nos a respeitar o ciclo eterno que une o fim ao começo. Sua presença traz a calma serena de quem já viu o mundo se transformar inúmeras vezes, de quem conhece o verdadeiro valor do silêncio e da paciência. Seus domínios são as águas estagnadas, os pântanos e as lagoas, lugares onde a vida e a morte se entrelaçam, e onde tudo começa e tudo termina. Nanã nos lembra que, na quietude dessas águas e na aparente imobilidade, escondem-se as forças vitais que nutrem a terra e preparam o solo para a nova vida. Com sua sabedoria ancestral, ela nos ensina a valorizar a experiência e o conhecimento que vêm com a idade, a entender a morte não como um fim, mas como uma transição necessária, um retorno ao ventre da Grande Mãe para uma nova jornada. Ela nos convida a mergulhar nas profundezas de nosso ser, a enfrentar nossas sombras, e a purificar nossa alma em seus domínios sagrados, transformando desafios em oportunidades para crescimento e renovação.
06 IEUÁ
A profunda visão interior e o cultivo da intuição
Ieuá, a divindade de beleza incomparável, é a personificação da clarividência e do mistério nas tradições do Candomblé e outras religiões de matriz africana. Como guardiã do oculto e do mágico, sua presença evoca um convite para enxergar além do visível, para mergulhar nas profundezas do não dito e do escondido. Nascida da união entre Nanã e Oxalá, Ieuá traz em si a sabedoria das águas doces e a serenidade do branco de Oxalá, manifestando-se como um oráculo de profunda visão interior. Ela nos ensina que a verdadeira beleza reside na capacidade de perceber com clareza e de compreender os segredos que se revelam apenas aos olhos do espírito. Sua energia é uma ponte entre o mundo material e o espiritual, oferecendo a possibilidade de uma comunicação mais íntima com o divino. Ieuá, com sua sabedoria e visão, encoraja todas as mulheres a confiarem em sua própria capacidade de enxergar além das ilusões, a cultivarem sua intuição e a se abrirem para as revelações que a vida, em sua infinita sabedoria, tem a oferecer.
07 POMBAGIRA
A voz da liberdade feminina
Pombagira, entidade de luz e sombras do panteão afro-brasileiro, dança na encruzilhada dos destinos, tecendo fios de poder, sexualidade e liberdade. Ela é a manifestação da força feminina indomável, transgressora de limites impostos, guardiã dos mistérios da noite e dos segredos da terra. Pombagira é aquela que não se conforma, que desafia, seduz e, acima de tudo, protege suas devotas com ferocidade e paixão. Ela é a voz da liberdade feminina, quebrando as correntes do patriarcado, defendendo o direito ao prazer, às transformações, à quebra de tabus e preconceitos, e à autonomia sobre o próprio corpo. Ela representa a mulher livre, senhora de seu destino e de suas escolhas, poderosa em sua essência e capaz de lidar com as adversidades com inteligência e perspicácia. Com sua risada que ecoa nas encruzilhadas, simboliza o poder da sexualidade sagrada, não como um tabu, mas como uma fonte de poder e renovação. Ela é a força que desafia a moralidade restritiva, reconhecendo as sombras e integrando-as para viver uma vida plena.
08 IAMI OXORONGÁ
O poder da ancestralidade feminina e a capacidade de criar e destruir
As Iami Oxorongá, veneradas na religião Iorubá, emergem das profundezas da tradição africana como figuras de imenso poder e sabedoria. Elas simbolizam a essência do feminino primordial, temidas e reverenciadas por sua conexão profunda com os mistérios da vida e da morte e por sua influência sobre o destino humano. Como senhoras da vida e gestoras da natureza, elas são conhecidas como as feiticeiras ancestrais, mestras dos segredos da natureza e da magia, capazes de trazer bênçãos e maldições. Elas exemplificam o poder da ancestralidade feminina e a dualidade do feminino que pode criar e destruir, refletindo a natureza que nutre e, ao mesmo tempo, pode ser devastadora. Em seu aspecto mais profundo, as Iami ensinam sobre a força das mulheres, a sabedoria dos ciclos da vida, e a importância de respeitar as forças que regem o universo. Guardiãs dos segredos da criação, detêm conhecimentos que, se respeitados, podem levar à transformação pessoal e coletiva profunda. Elas nos encorajam a reconhecer e integrar nossas sombras com nossa luz, a entender que cada ciclo de destruição é também um prelúdio para renovação e crescimento. Com sua orientação, somos inspiradas a viver uma vida plena, respeitando o fluxo eterno de dar e receber que sustenta o equilíbrio do cosmos.