10 YEBÁ BELÓ
A linhagem materna e as histórias que o tempo não apaga
Yebá Beló, a avó do universo na visão dos índios Dessanas, emerge das profundezas do tempo, trazendo consigo a essência da criação. Ela é a guardiã da sabedoria ancestral, a portadora das histórias que o tempo não pode apagar. Seu convite é extensivo a todas as filhas, netas, e mulheres de todas as gerações para se unirem a ela na sagrada teia que conecta todos os seres, aprendendo a arte de criar e recriar a vida, de entrelaçar sonhos e realidades com os fios do amor e da compreensão. Dentro de Yebá Beló residem os segredos do universo, das raízes da nossa existência e das dinâmicas da ancestralidade. Através de sua visão, exploramos os caminhos da vida, compreendemos os mistérios mais profundos da existência e compartilhamos com outras mulheres os fios de nossos sonhos. Sua morada é o espaço infinito, o ponto de luz na escuridão onde tudo começa e para onde tudo retorna. Yebá Beló estende suas mãos invisíveis, tocando corações e despertando almas, convidando cada uma de nós a participar ativamente na criação da vida, com amor, respeito e uma profunda conexão com tudo o que existe.

11 KIANUMAKA-MANÃ
O espírito livre que não conhece amarras
Kianumaka-Manã, das crenças indígenas Xakriabá, emerge como uma figura de poder indomável e liberdade. Portadora da força das onças-pintadas, ela simboliza a valentia, a astúcia e a elegância, refletidas na habilidade desses majestosos felinos de superar os desafios da floresta. Como deusa da liberdade, Kianumaka-Manã é o espírito livre que não conhece amarras, guiando suas seguidoras em batalhas justas e protegendo-as com uma presença feroz e inspiradora. Ela é o arquétipo da guerreira, que combate com coragem e determinação, mas também com inteligência e estratégia. Sua ligação com as onças-pintadas destaca o poder do feminino selvagem, a força instintiva que cada mulher possui, pronta para defender sua liberdade e os valores que sustentam sua existência. Ela simboliza a habilidade de enfrentar os desafios com graça, nunca perdendo sua essência, mesmo nas lutas mais árduas. Com sua energia poderosa e inspiradora, Kianumaka-Manã nos convoca a reconhecer e abraçar nossa própria força, a lutar por causas justas e a caminhar pela vida com a liberdade de quem respeita e honra sua verdadeira natureza.

12 IARA
A conexão com o mundo natural, a sedução e a proteção
Iara, a encantadora Mãe d’Água das lendas indígenas brasileiras, emerge das águas como uma figura de mistério e beleza sublime. Sua presença é um convite à contemplação e ao respeito pela natureza. Conhecida por sua forma de sereia, Iara é a guardiã dos rios e das criaturas aquáticas, simbolizando a profunda conexão entre os humanos e o ambiente natural. Ela personifica o arquétipo da sedutora e protetora, lembrando-nos da força inerente à feminilidade e da capacidade de influenciar e encantar. Como Mãe d’Água, Iara cuida dos mistérios aquáticos, enfatizando a importância vital da água e a necessidade de preservar nossos ecossistemas. Sua voz, que tanto encanta quanto guia, fala da necessidade de comunicação eficaz e de atender aos chamados do coração e da natureza. Com sua presença magnética e sábia, Iara nos convida a mergulhar nas profundezas de nosso ser, a valorizar nossa ligação com o natural, e a utilizar nossa voz e verdade para transformar nossa realidade de maneira encantadora e positiva. Ela nos desafia a explorar a magia de nossa própria vida, integrando os ensinamentos das profundezas com o fluxo cotidiano, para viver em harmonia completa e plena com o universo.

13 JACI
A renovação constante e o renascimento que segue cada término
Jaci, a luminosa deusa da Lua na mitologia Tupi, brilha no céu noturno, trazendo consigo a luz suave que orienta os corações e os espíritos através da escuridão. Ela é a mestra dos ciclos, regendo não apenas as marés e o crescimento das plantas, mas também os ciclos internos que fluem dentro de cada mulher. Representando o ciclo eterno da vida, marcado não por horas, mas pelas fases da lua, ela é a protetora da noite, iluminando caminhos para aqueles que buscam direção na escuridão. Como guardiã dos ciclos naturais, Jaci enfatiza a importância de viver em harmonia com a natureza, respeitando seus ritmos e aprendendo com sua sabedoria. Ela nos ensina a apreciar cada momento de nossa existência, a encontrar beleza nos ciclos da vida e a brilhar com nossa própria luz, mesmo nas fases mais sombrias. Convidando-nos a mergulhar nas profundezas de nosso ser, a reconhecer e valorizar nossa conexão com o mundo natural, e a usar nossa voz e verdade para encantar e transformar nossa realidade, Jaci é a inspiração para vivermos plenamente, integrados com o fluxo da vida.

14 CEUCI
A essência curativa capaz de restaurar o equilíbrio entre corpo, mente e espírito
Ceuci, a Deusa da Cura, é uma entidade divina enraizada na espiritualidade dos povos indígenas da Floresta Amazônica. Ela é a guardiã das ervas medicinais, uma mestra da cura que percorre as densas florestas, guiando suas filhas na busca por saúde e proteção. Ceuci simboliza a interconexão entre os seres humanos e a natureza, lembrando-nos que cada planta, cada elemento da floresta, carrega uma essência curativa, um sopro de vida capaz de restaurar o equilíbrio e harmonizar corpo, mente e espírito. Sua voz, que ecoa através dos séculos, nos convida a reconhecer a essência vital que permeia todos os seres. Ela nos ensina a ver a natureza não apenas como um recurso, mas como um santuário sagrado, onde cada criatura e planta é um portador de uma chama divina, um fragmento do espírito imortal da deusa. Este espírito compartilha sua chama sagrada com cada uma de nós, integrando mesmo aqueles distantes fisicamente da floresta, pois nosso coração, enraizado entre as árvores da vida, mantém-se conectado.

15 ARACI
A força purificadora da luz que dissipa a escuridão e renova o espírito
Araci, a luminosa Deusa da Alvorada da mitologia Tupi, emerge nas primeiras horas do dia, tecendo no céu as cores que anunciam o renascer da vida. Ela simboliza o despertar, a pureza e a esperança que acompanham cada amanhecer, representando a força revigorante e purificadora da luz que dissipa a escuridão e renova o espírito. Em sua essência, Araci é a personificação do ciclo eterno de morte e renascimento que rege a existência. Ela nos ensina que após cada noite escura, o amanhecer traz consigo a promessa de novas oportunidades e desafios. Sua presença é um lembrete constante da impermanência e da transformação, incentivando-nos a abraçar cada novo dia com gratidão e esperança. Araci ilumina tanto nossos caminhos internos quanto externos, oferecendo clareza para as decisões e iluminando as sombras que às vezes nublam nosso julgamento e visão. Como guardiã do limiar entre o mundo dos sonhos e a realidade, ela guia-nos suavemente da introspecção da noite para a ação e vivacidade do dia. Abrace cada novo amanhecer como uma oportunidade sagrada para refletir, purificar e envolver-se dinamicamente com a vida. Deixe que o espírito de Araci guie você para reconhecer e abraçar a beleza no ciclo contínuo de renovação da vida.

16 ICAMIABA
A habilidade de caminhar pela vida com a certeza de sua própria soberania
Nas águas serenas do grande rio Amazonas, entre as densas florestas que escondem mistérios milenares, vivem as Icamiabas, guerreiras destemidas sob a proteção da Lua. Filhas da noite e da selva, elas ensinam sobre a força que reside no coração da mulher que caminha pela vida com a certeza de sua própria soberania. A Lua, sua eterna guardiã, banha-as com sua luz prateada, trazendo as lições das fases da vida, da renovação e da intuição. Assim como a Lua, que em seu ciclo eterno ensina sobre o morrer e o renascer, as Icamiabas inspiram as mulheres a abraçarem suas próprias transformações, a lutarem por seus ideais e a nunca se esquecerem da importância de viver em harmonia com os ciclos da natureza e do universo. Com seus arcos e flechas, elas nos lembram que cada uma de nós tem o poder de defender seu espaço sagrado, suas crenças e seus sonhos com precisão e determinação. As Icamiabas, com sua voz que ecoa através dos séculos, convidam-nos a reconhecer a essência vital que permeia todos os seres, a ver a natureza não apenas como um recurso, mas como um santuário sagrado, onde cada criatura e planta é um portador de uma chama divina, um fragmento do espírito imortal da deusa. Este espírito compartilha sua chama sagrada com cada uma de nós, integrando mesmo aqueles distantes fisicamente da floresta, pois nosso coração, entre as árvores da vida, tem raízes profundas.

17 JUREMA
A confiança no fluxo da vida
Jurema é filha das águas salgadas e da imensidão azul, onde o céu encontra o mar e os segredos do profundo são guardados. Como uma cabocla guerreira, ela carrega a força e proteção de Iemanjá, a mãe de todos os orixás, cujas ondas embalam a vida e os destinos. Ela fala às buscadoras com doçura e firmeza, ensinando que cada onda carrega uma lição de renovação e possibilidade de limpar o passado, trazendo à praia tesouros escondidos nas profundezas. Mestra da intuição, Jurema sussurra aos corações abertos os segredos guardados pelas águas, encorajando a escuta da voz interior e a confiança no fluxo da vida. Seus conselhos fluem como rios, lembrando-nos que a vida é um constante movimento de aprendizado e renascimento. Com sua conexão profunda com o mar, ela é a guardiã do sagrado feminino, uma aliada poderosa na jornada de cada mulher, ensinando a arte de fluir com graça e poder através da vida, ancorada na sabedoria ancestral que as águas estão sempre prontas para revelar. Reconheça e abrace a beleza da vida contínua e a renovação que cada nova maré traz, e deixe que o espírito de Jurema guie você na dança rítmica com a natureza.

18 POTIRA
A importância de encarar a vida de frente sem temer as adversidades
Potira, a guerreira espiritual cuja presença ecoa com a força dos ventos e a fúria das tempestades, caminha ao lado de Iansã, a orixá da transformação e dos caminhos abertos. Com determinação férrea e coragem inabalável, ela atravessa os desafios da vida, enfrentando cada obstáculo com a certeza de que nenhum impasse é grande demais para ser superado. Ela é a protetora que, com a ferocidade de uma tempestade, guarda suas seguidoras, limpando seus caminhos com a mesma intensidade com que os ventos removem as barreiras. Potira nos ensina a importância de enfrentar a vida de frente, sem temer as adversidades, pois é através delas que encontramos nossa verdadeira força. Em sua essência, Potira é um lembrete poderoso de que a coragem não significa a ausência de medo, mas a capacidade de confrontá-lo. Ela nos chama para uma vida de ação, nos incentivando a enfrentar nossos medos e a transformar os desafios em oportunidades de crescimento. Sob sua proteção, somos encorajadas a seguir em frente, sempre com determinação e coragem, prontas para abraçar as transformações que nos aguardam. Com sua conexão profunda com o mar e as tempestades, Potira é a guardiã do sagrado feminino, uma aliada poderosa na jornada de cada mulher, ensinando a arte de fluir com graça e poder através da vida, ancorada na sabedoria ancestral que as águas sempre estiveram prontas para revelar.

19 JUÇANÃ
A impermanência de tudo o que é físico e a eternidade de tudo o que é espírito
Juçanã, filha das águas serenas e guardiã dos mistérios de Nanã, esta cabocla fala diretamente ao coração com a voz suave e profunda da ancestralidade. Ela nos envolve na tranquilidade das águas que correm para o grande oceano da existência, lembrando-nos da impermanência de tudo o que é físico e da eternidade de tudo o que é espírito. Juçanã, com sua luz difusa e seu manto de mistérios, convida-nos a mergulhar na profundidade de nossa essência, a explorar os recantos escuros e luminosos de nosso ser. Em seu abraço, encontramos a sabedoria das eras, a calma que precede a tempestade e a paz que segue a despedida. Com Juçanã, cada fim é apenas o prelúdio de um novo começo. A morte e a vida dançam juntas em eterno ciclo, entrelaçadas na melodia do universo. É preciso aceitar as mudanças como a chuva que cai, alimentando a terra para que novas sementes possam brotar e recordar-se sempre de que na roda da vida, tudo é passageiro, exceto o amor que tece as almas umas às outras, atravessando o tempo e a eternidade.

20 IRACEMA
A busca do amor e da prosperidade
Iracema, associada a Oxum, a orixá das águas doces, fertilidade, amor e riqueza, reflete a beleza e generosidade desta deidade. Ela personifica a serenidade das correntezas, a melodia das cachoeiras e a abundância das fontes que saciam a sede da terra. Como guardiã dos corações em busca de amor verdadeiro e protetora das almas que aspiram à prosperidade, Iracema é um espelho da graça e do poder de Oxum. Em sua essência, encontramos a beleza da generosidade espiritual e a promessa de um amor que flui livremente. Axé, minha filha, que as águas sagradas de Oxum sempre guiem seu caminho, iluminando cada passo com amor e providência. Viva com a certeza de que a beleza da vida se revela na generosidade do espírito e na capacidade de compartilhar, caminhe com a graça que reside no amor altruísta e na bondade incondicional. Que sua jornada seja iluminada pela sabedoria e pela paz que emanam das águas calmas, ensinando-lhe a dançar com a vida ao ritmo do amor verdadeiro e da compaixão profunda.